segunda-feira, 15 de outubro de 2018
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Visita A ARTE CONTRA A DISCRIMINAÇÃO
https://www.facebook.com/Teatro-Ibisco-1454852464813595/
Sofia Vilarigues
Sofia Vilarigues
Sofia Vilarigues
Sofia Vilarigues
Momentos e imagens da visita organizada pelo Grupo Escola Intercultural e Departamento de Professores Aposentados do SPGL à Quinta do Mocho e à Quinta da Fonte no passado dia 29 de Setembro.
domingo, 23 de setembro de 2018
A ARTE CONTRA A DISCRIMINAÇÃO
O Grupo Escola Intercultural e Departamento de Professores Aposentados, promovidos pelo SPGL, organizam no dia 29 de setembro de 2018, pelas 10h, uma visita guiada à Galeria de Arte Pública na Quinta do Mocho. Segue-se um almoço típico de comida africana e um espectáculo de teatro, na Quinta da Fonte, na Apelação. Uma oportunidade única para se conhecer realidades – diversas e ricas - que em geral se mantêm ocultas, sob o manto do estigma e do gueto.
A Quinta do Mocho, bairro situado a norte de Sacavém, concelho de Loures, alberga cerca de 2800 moradores e a Quinta da Fonte, na Apelação, com cerca de 2500 moradores, são, por excelência, palcos de uma diversidade de culturas provenientes maioritariamente dos países de expressão portuguesa e da etnia cigana.
O Teatro Ibisco e a Câmara Municipal de Loures organizaram dois festivais “O Bairro i o Mundo” na Quinta da Fonte em 2013 e no Bairro da Quinta do Mocho em 2014. Desses eventos nasceram galerias de Arte Urbana nos respetivos bairros, visitados por alunos de vários graus de ensino, universidades, instituições, visitantes nacionais e estrangeiros.
“Mostrar o bairro ao mundo e trazer o mundo ao bairro” era o mote destes Festivais que deram origem a galerias de arte a céu aberto com mais de 60 empenas de prédios pintadas por artistas nacionais e estrangeiros.
Nesta visita assistiremos a uma peça de teatro, com jovens artistas de ambos os bairros, promovida pelo Teatro IBISCO (Teatro Interbairros para a Inclusão Social e Cultura do Otimismo), uma associação criada há 8 anos como projeto artístico e cultural para a inclusão de jovens de algumas zonas mais problemáticas do concelho de Loures.
10h00 - Ponto de encontro: Urbanização Terraços da Ponte, Casa de Cultura de Sacavém.
Visita à Galeria da Quinta do Mocho.
13h00 - Almoço: Cachupa (prato de Cabo-Verde: milho, feijão, batata doce, couves, carne e enchidos). Caldo de mancarra (prato da Guiné: frango, molho de amendoim); Prato de peixe grelhado ou prato vegetariano ou outro à escolha. Bebidas incluídas.
NOTA: é necessário escolher previamente o prato
15h00 - Saída para a Quinta da Fonte
Apresentação do projecto Teatro IBISCO, no Centro Comunitário da Quinta da Fonte.
16h00 - Apresentação de “Homi ma mufunado na mundo” (O homem mais azarado do mundo) - representação por jovens do Teatro Ibisco.
Preço: 20€
Inscrições: até 26/9 (quarta-feira). Deverá ser indicado o prato que se deseja no ato de inscrição.
Contactos:
Sílvia Baptista. Tlm: 914 127 589 / Mail: silviabap@gmail.com
segunda-feira, 11 de junho de 2018
“O que é ser cigano”
O
Grupo Escola Intercultural, promovido pelo SPGL, organizou no passado
dia 8 de junho uma sessão sobre crianças ciganas inseridas no
sistema educativo português, com Luísa Lobão Moniz.
Luísa
Lobão Moniz tem um vasto currículo. Curso do Magistério Primário,
licenciatura em Educação na área de Animação Sociocultural,
mestrado em Relações Interculturais, doutoramento no ramo de
Educação, na especialidade Educação/ Interculturalidade. Foi
diretora e coordenadora de uma escola do 1ºciclo. Trabalhou os
Direitos da Criança na Comissão de Protecção de Menores da Zona
Oriental de Lisboa. Foi responsável pelo projeto Entreculturas e
Coordenadora do projeto TEIP no Agrupamento de Escolas Damião de
Góis. Membro do Conselho Pedagógico do Centro de Formação António
Sérgio. Responsável pela elaboração, candidatura e concretização
do projeto do Programa Escolhas para o Bairro do Armador em Chelas,
Lisboa. Destacada no IAC/ SOS Criança, responsável pelo projeto
“Bom dia, SOS Criança”. Foi ainda coordenadora do projeto “Ir
à Escola”, para alunos de etnia
cigana.
“Os
meninos ciganos são vítimas de uma representação que as pessoas
têm”, afirmou a oradora a iniciar a sua apresentação.
Depois
da passagem de um curto vídeo pondo em causa comportamentos e
preconceitos, Luísa Lobão Moniz falou sobre representações.
“As representações
sobre as pessoas começaram a ser estudadas porque as maiorias tinham
uma maneira de se comportarem com as minorias”, esclareceu.
1895
é a data em que se começou a pensar em representações e em 1898
“Durkheim começou a falar de representações sociais”.
“São os conceitos
que temos de organizações e pessoas que fazem o nosso comportamento
perante elas”, elucidou Luísa Lobão Moniz, avançando que a
representação contempla 3 aspetos ou conteúdos: a informação, a
atitude e o campo de representação.
“As
Representações Sociais não são imutáveis”, considerou, dando
como exemplo que “a escola transmissiva foi dando lugar à escola
construtiva e, pode-se, então, intuir que as representações de
escola também foram mudando nos seus atores, nomeadamente nos
alunos”.
Há
também qual a representação que tenho de mim, afirmou. “Como sou
perante estes preconceitos, eu aceito o que os outros dizem ou eu
tento desmontá-los”. “O preconceito surge pela diferença”,
mas “se todos formos eu e um bocadinho do outro é muito mais fácil
nós vivermos como nós e não como eu e o outro”, avaliou.
“A
partir do momento em que está feita uma representação nós vamos
criar situações que digam que a representação está certa”,
concluiu.
Luísa
Lobão Moniz deu também a conhecer os símbolos ciganos. Como o
pentagrama que simboliza o Homem Integral ou a roda ou a chave que
simboliza as soluções ou a ferradura que simboliza energia e sorte.
A
finalizar a oradora apresentou um trabalho, um grande livro, feito
nos anos 90, com um mediador cigano formado pela antiga Direcção do
Ensino Básico do Ministério da Educação, que teve formação para
ir para as escolas trabalhar com as famílias ciganas e com as
famílias não ciganas. “Foi pedido aos meninos para que pensassem:
o que é ser cigano”, introduziu. “E temos aqui alguns meninos
que dizem… Cigano é como os outros. Eu gosto de ser cigano. Os
ciganos gostam de cartas. Os casamentos são bonitos porque não são
na rua. Têm ciganos bonitos. Quando for crescida quero usar roupas
brilhantes. Quando morre uma pessoa cigana usa luto”. O livro tem
também a opinião dos meninos não ciganos. “Ser cigano: uma raça
diferente da nossa, 9 anos. Viver com mais necessidades, 9 anos.
Viver em alegria, 10 anos. Ser negociante, 9 anos. Gostar de dançar,
12 anos. Andar de terra em terra, 9 anos”. E uma parte dedicada às
diferenças e semelhanças. “O rapaz faz a barba e o cigano deixou
crescer. O cigano está vestido de luto e o senhor não. Com esta
idade o cigano usa chapéu. Todas as noivas vão muito bonitas para o
casamento. Não conhecemos ciganas locutoras. As ciganas não usam
fato de banho na praia, mas as outras senhoras usam. As ciganas não
usam roupas transparentes”.
No
debate falou-se das poucas referências nos manuais escolares à
cultura cigana, do único livro de histórias sobre ciganos, do Pedro
Sousa Tavares, e da estratégia nacional para a integração das
comunidades ciganas, lançada em 2013 e que está disponível online.
Sofia Vilarigues
Publicado na Escola Informação de junho/julho de 2018
sexta-feira, 1 de junho de 2018
“Não
me odeies antes de me conheceres”
(Principezinho
de Saint-Exupéry)
O
Grupo Escola Intercultural organiza no dia 8 de
junho (sexta-feira), pelas 17h00, uma sessão sobre crianças ciganas
inseridas no sistema educativo português.
A
Dra. Luísa Lobão Moniz fará a apresentação do seu trabalho de
investigação sobre estas crianças, a partir de algumas reflexões
sobre a comunidade cigana em Portugal:
“Parece
ser do consenso geral que é difícil conviver com pessoas ciganas.
Mas de onde vem essa ideia?
Todos
gostamos de ir às feiras porque os ciganos vendem mais barato. Mas
quando chegamos a casa dizemos ‘os ciganos gostam mesmo de
aldrabar’.
As
crianças ciganas são um problema na escola, pois só querem bater e
arranjar confusão.
O
que importa é saber perceber o que é ser cigano no meio de uma
sociedade maioritariamente não cigana.
Virar
as páginas da história não é fácil nem para os ciganos nem para
os não ciganos, mas é possível.”
Sendo
um tema tão actual e sensível, convidamo-lo(a) a estar presente
nesta sessão que se realizará na sede do SPGL, rua Fialho de
Almeida,3
1070-128
Lisboa.
Agradecemos
a sua inscrição prévia para Sílvia Baptista
Telemóvel:
914127589
Mail:
silviabap@gmail.com
quarta-feira, 25 de abril de 2018
segunda-feira, 23 de abril de 2018
Quinta do Mocho, uma visita a repetir
O
Grupo Escola Intercultural realizou, dia 21 de Abril, mais uma visita
guiada à galeria de arte pública na Quinta do Mocho. Que incluiu,
ainda, um encontro com o Projeto Esperança, financiado pelo Programa
Escolhas, que trabalha com as crianças e jovens do bairro e um
almoço num restaurante típico de comida africana.
À
partida, nada parecia indiciar a riqueza dos momentos vividos nesse
dia. Um grupo de participantes demasiado exíguo, uma chuva que
parecia não querer dar tréguas. Mas foi uma visita especial. Mesmo
para quem já tinha estado presente em outra(s). A confirmar de como
as realidades vão mudando e se pode ter sempre também um novo
olhar.
Num
longo percurso pelas ruas do bairro, pudemos ouvir da nossa guia, a
Ema, frente a cada uma das dezenas de obras de arte, um sem número
de histórias vividas. Não apenas em torno dos significados e
conteúdos da cada uma, técnicas utilizadas, algum elemento
biográfico do artista – o que naturalmente é fundamental. Mas
também histórias da interação entre os pintores e as pessoas da
comunidade, histórias de como tudo foi sendo feito, como foi
acontecendo.
Sem
ignorar, pelo percurso, alguns dos problemas sentidos no bairro. É
que, de par das belas pinturas que cobrem fachadas, temos as marcas
de degradação e da má construção. De pouco cuidado e de
respostas que falham. Revestimento de prédios com base em
esferovite, portas inexistentes ou sem campainhas, ruas sem nome (o
que nomeadamente coloca sérios problemas para qualquer ambulância
que venha socorrer um morador), o parque infantil de há muito
prometido, as caves fechadas que são foco de mosquitos pelo verão.
Pela
tarde, houve a oportunidade de conhecer um pouco do importante
trabalho desenvolvido pelo Projeto Esperança com crianças e jovens
(até aos 30 anos). Desde as visitas, o apoio ao estudo, até a
publicação de um jornal online. Ao mais difícil trabalho com
jovens, em que o recurso ao desporto se tem revelado (ou confirmado)
como essencial.
Uma
visita a repetir. De preferência com grupos maiores. E que vale bem
a pena. São outras realidades, outras perspetivas que se abrem para
cada um de nós. E que no dia-a-dia passam ao lado.
Para
saber mais:
Lígia Calapez
Publicado na Escola Informação de abril de 2018
segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
Encontros da Escola Intercultural
20/4/2017
– 6º Encontro - A
Integração de Crianças Indianas na Escola Portuguesa: quem são e
como aprendem.
Dinamizada por Maria Helena Barreto, docente e investigadora
25/5/2017
– 7º
Encontro - Como Lidar com
a Diversidade. Que Caminhos Possíveis? Dinamizador
Jorge Cardoso da Rede Educação para a Cidadania Global.
25/1/2018
– 8º Encontro - Um
Olhar sobre a Quinta do Mocho.
Dinamizador: Kedy Santos, dinamizador comunitário
domingo, 28 de janeiro de 2018
8º Encontro - Um Olhar sobre a Quinta do Mocho
SPGL
- 25/1/2018
Dinamizador:
Kedy Santos, mediador e dinamizador comunitário na Quinta do Mocho,
Sacavém.
Kedy
Santos é licenciado em Engenharia Química. Como mediador e
dinamizador, participa no acompanhamento lúdico e pedagógico de
jovens e famílias e na mediação de conflitos escolares e de
bairro. Co-fundador e dirigente da associação de jovens AJEB.
Formador da Academia Ubuntu. Membro do grupo de música Império
Suburbano.
“Arte
e Interculturalidade – Mocho, do Bairro para o Mundo” foi
o título da sessão dinamizada por Kedy Santos, mediador e
dinamizador comunitário na Quinta do Mocho, Sacavém, e organizada
pelo grupo Escola Intercultural do SPGL, que teve lugar no
Espaço ABC, no SPGL, no
passado dia 25 de Janeiro.
Kedy
Santos deu a conhecer como é que o Bairro responde aos problemas que
se levantam, muito particularmente através da arte e do movimento
associativo.
“A
Quinta do Mocho é um bairro com 4 mil habitantes, pessoas de origem
angolana, são-tomenses, cabo-verdianos, guineenses, luso
descendentes”, introduziu.
Com
o grupo de música Império Suburbano fizeram “encontros de música
e discutíamos as letras com jovens que estudavam e jovens que
estavam à margem da sociedade, e discutíamos problemas deles,
nossos e do Bairro”. “A
mudança começa em ti,
é tema de uma música do nosso grupo, é um grupo que começou por
um estilo de música hip-hop, mas nós reparámos que os jovens que
faziam aquele estilo de música usavam muito a mensagem de morte, de
violência, de coisas más, nós optámos por ir por um outro lado.
Aparecemos na televisão. E foi aí que nos começámos a tornar mais
referência”.
Kedy
Santos integrou o Projeto Esperança, do Programa Escolhas, a
Associação de Jovens Estrela do Bairro e a Academia Ubuntu.
Recorda: “Nós começámos a influenciar os pais a apostarem na
educação dos filhos. A perceberem que a educação é a maior arma
que temos para combater a pobreza. Foi isso que ajudou a mudar o
Bairro, a mudar a imagem do Bairro”.
“A
Câmara de Loures, juntamente com outras entidades, nomeadamente o
Teatro Ibisco, decidiu criar uma galeria de arte urbana. Teve o seu
início na Quinta da Fonte”, contou. “A Câmara decidiu fazer
isto com o intuito de mudar a imagem do Bairro, mas as pessoas do
Bairro diziam então
muda-se a fachada, esquece-se do interior.
Então nós, jovens do Bairro, começámos a fazer assembleias com os
jovens para discutir os problemas do Bairro e optámos por fazer
visitas guiadas ao Bairro. Com pessoas, com turistas, com
funcionários da câmara, com universidades. Ao fim do primeiro ano,
tivemos a visita de 1200 pessoas. Um bairro que, se entrava alguém
de origem portuguesa, branca, dizia-se que ou era polícia, ou era
assistente social ou ia comprar droga. Havia esse estigma. E nós
começámos a meter muita gente lá dentro. Isso foi fundamental
porque ajudou a quebrar barreiras”.
Sofia Vilarigues
Publicado na Escola Informação de janeiro de 2018
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