segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Encontros da Escola Intercultural


20/4/20176º Encontro - A Integração de Crianças Indianas na Escola Portuguesa: quem são e como aprendem. Dinamizada por Maria Helena Barreto, docente e investigadora

25/5/2017 7º Encontro - Como Lidar com a Diversidade. Que Caminhos Possíveis? Dinamizador Jorge Cardoso da Rede Educação para a Cidadania Global.

25/1/20188º Encontro - Um Olhar sobre a Quinta do Mocho. Dinamizador: Kedy Santos, dinamizador comunitário

domingo, 28 de janeiro de 2018

8º Encontro - Um Olhar sobre a Quinta do Mocho


SPGL - 25/1/2018

Dinamizador: Kedy Santos, mediador e dinamizador comunitário na Quinta do Mocho, Sacavém.
Kedy Santos é licenciado em Engenharia Química. Como mediador e dinamizador, participa no acompanhamento lúdico e pedagógico de jovens e famílias e na mediação de conflitos escolares e de bairro. Co-fundador e dirigente da associação de jovens AJEB. Formador da Academia Ubuntu. Membro do grupo de música Império Suburbano.

Arte e Interculturalidade – Mocho, do Bairro para o Mundo” foi o título da sessão dinamizada por Kedy Santos, mediador e dinamizador comunitário na Quinta do Mocho, Sacavém, e organizada pelo grupo Escola Intercultural do SPGL, que teve lugar no Espaço ABC, no SPGL, no passado dia 25 de Janeiro.
Kedy Santos deu a conhecer como é que o Bairro responde aos problemas que se levantam, muito particularmente através da arte e do movimento associativo.
A Quinta do Mocho é um bairro com 4 mil habitantes, pessoas de origem angolana, são-tomenses, cabo-verdianos, guineenses, luso descendentes”, introduziu.
Com o grupo de música Império Suburbano fizeram “encontros de música e discutíamos as letras com jovens que estudavam e jovens que estavam à margem da sociedade, e discutíamos problemas deles, nossos e do Bairro”. “A mudança começa em ti, é tema de uma música do nosso grupo, é um grupo que começou por um estilo de música hip-hop, mas nós reparámos que os jovens que faziam aquele estilo de música usavam muito a mensagem de morte, de violência, de coisas más, nós optámos por ir por um outro lado. Aparecemos na televisão. E foi aí que nos começámos a tornar mais referência”.
Kedy Santos integrou o Projeto Esperança, do Programa Escolhas, a Associação de Jovens Estrela do Bairro e a Academia Ubuntu. Recorda: “Nós começámos a influenciar os pais a apostarem na educação dos filhos. A perceberem que a educação é a maior arma que temos para combater a pobreza. Foi isso que ajudou a mudar o Bairro, a mudar a imagem do Bairro”.
A Câmara de Loures, juntamente com outras entidades, nomeadamente o Teatro Ibisco, decidiu criar uma galeria de arte urbana. Teve o seu início na Quinta da Fonte”, contou. “A Câmara decidiu fazer isto com o intuito de mudar a imagem do Bairro, mas as pessoas do Bairro diziam então muda-se a fachada, esquece-se do interior. Então nós, jovens do Bairro, começámos a fazer assembleias com os jovens para discutir os problemas do Bairro e optámos por fazer visitas guiadas ao Bairro. Com pessoas, com turistas, com funcionários da câmara, com universidades. Ao fim do primeiro ano, tivemos a visita de 1200 pessoas. Um bairro que, se entrava alguém de origem portuguesa, branca, dizia-se que ou era polícia, ou era assistente social ou ia comprar droga. Havia esse estigma. E nós começámos a meter muita gente lá dentro. Isso foi fundamental porque ajudou a quebrar barreiras”.

Sofia Vilarigues

Publicado na Escola Informação de janeiro de 2018