quarta-feira, 8 de março de 2017

Projeto Sabura - uma visita por uma realidade bem diferente da estigmatizada


Apreciar aquilo que é bom”, é o significado, em crioulo, de Sabura, o projeto do Moinho da Juventude, Cova da Moura, que se propõe mostrar que “a realidade é bem diferente da estigmatizada pela comunicação social que confunde acontecimentos pontuais e fraturantes com um quotidiano e vivências normais”.
Foi isso mesmo que vivenciaram as três dezenas de professores que, dia 4 de março, participaram numa visita organizada pelo Grupo Escola Intercultural, do SPGL. Uma deambulação – em visita guiada – pelas ruas deste bairro auto-construído, que foi surgindo com o 25 de abril, e que se afirmou através de um processo de fortes e quotidianas interações sociais (o “Djunta Mo” - i.e. o juntar das mãos).
Aí houve oportunidade de contato – superficial embora – com as realidades do bairro. De um pequeno bar de encontro-convívio (onde a música e a dança são presença “de rotina”, dando espaço a toda a gente) e onde até aconteceram cantigas de improviso, ao almoço de cachupa (que é de aconselhar!).
Dois momentos altos – muito diversos. Um espetáculo – inesquecível – do grupo de batuque Finka-Pé, com que encerrou a visita. O encontro, no Moinho da Juventude, com peritos de experiência do bairro (conceito que abarca quem “adquiriu a sua autoridade na base da sua experiência e não na base da aquisição sistemática de conhecimentos”) e Godelieve Meersschaert, que todos conhecem por Lieve, e que está na raiz da criação do Moinho da Juventude. Momento em que houve oportunidade de conhecer um pouco da história do bairro, das lutas que percorreram e enformaram essa história, mantendo, em vários casos, toda a sua atualidade. E, ainda, dos princípios que norteiam toda a atividade da associação – as Traves Mestras: Interculturalidade; Comunicação; Gender; Respeitar as Convicções; Cooperação; Empowerment; Meio Ambiente; Criatividade; Persistência; Qualidade; Eficiência e Eficácia; Ser Solidário.
Lígia Calapez

terça-feira, 7 de março de 2017

Mouraria dos Povos e das Culturas


Cerca de 30 professores participaram, dia 5 de novembro, numa iniciativa promovida pelo Grupo Escola Intercultural - uma visita guiada à Mouraria (num circuito sobre os povos e culturas que a moldaram e/ou aí habitam).
Esta a segunda iniciativa do Grupo, este ano letivo. A primeira ocorreu a 16 de abril – A Arte contra a discriminação – visita guiada às galerias de arte pública na Quinta do Mocho e na Quinta da Fonte.
Atividades que irão prosseguir. Para saber mais sobre a visita de 5 de novembro:
https://www.youtube.com/watch?v=fhKS9kR3djI

segunda-feira, 6 de março de 2017

A Arte contra a discriminação


Visitas guiadas às galerias de arte urbana da Quinta do Mocho e da Quinta da Fonte, breves encontros - no spot do Mocho, onde está sediado o projeto Escolhas, e no espaço do Ibisco – e um lauto almoço de convívio. Esta uma possível e concisa síntese do que foi a visita promovida pelo Grupo Escola Intercultural, do SPGL, dia 16 de abril, a estes bairros.
Mas para o pequeno grupo que participou nesta visita – e esperemos que também para os jovens do bairro que nos acompanharam – terá sido mais do que isto. Para alguns talvez a primeira oportunidade que tiveram de entrar em espaços da cidade que, na verdade, continuam a ser guetos. E entrar, não apenas para ver arte – o que é, sem dúvida, muito importante – mas também para perceber, sentindo, que os guetos mais não são que segmentações – que importa erradicar – do mesmo tecido social, de que todos somos parte.
Não houve, naturalmente, lugar para a perceção dos muitos problemas que permeiam a realidade da Quinta do Mocho e da Quinta da Fonte. Tão pouco houve oportunidade para conhecer a riqueza das dimensões culturais e sociais das comunidades que visitámos. Mas terão ficado registadas em cada um de nós as imagens dos graffiti que cobrem 50 fachadas, só na Quinta do Mocho, explicados, um a um, pelos nossos guias, que foram realçando significados, conteúdos, técnicas. E, sobretudo, o empenhamento, a dimensão humana, dos que – seja no projeto Esperança, seja no teatro Ibisco (num diálogo em que estiveram também jovens atores), seja nas múltiplas outras iniciativas e projetos que não tivemos ensejo de conhecer – participam desse trabalho quotidiano de criação de um paradigma positivo, uma verdadeira alternativa de vida. Metodologia afirmada pelo teatro Ibisco, mas que impregnará, sem dúvida, todo o trabalho sociocultural aqui desenvolvido.
Uma visita que todos ganharíamos em repetir. Com mais gente. E ampliando, também, os contatos e o conhecimento da realidade destes bairros.
Lígia Calapez

domingo, 5 de março de 2017

2016 – 2017. Retomando um projeto com pernas para andar


A Arte contra a discriminação - Visita guiada às galerias de arte pública na Quinta do Mocho e na Quinta da Fonte (16/4/2016).

Mouraria dos Povos e das Culturas - Visita guiada à Mouraria (5/11/2016).

Projeto Sabura – Visita guiada ao Bairro Cova da Moura (4/3/2017)