Visitas
guiadas às galerias de arte urbana da Quinta do Mocho e da Quinta da
Fonte, breves encontros - no spot
do Mocho, onde está sediado o projeto Escolhas, e no espaço do
Ibisco – e um lauto almoço de convívio. Esta uma possível e
concisa síntese do que foi a visita promovida pelo Grupo Escola
Intercultural, do SPGL, dia 16 de abril, a estes bairros.
Mas
para o pequeno grupo que participou nesta visita – e esperemos que
também para os jovens do bairro que nos acompanharam – terá sido
mais do que isto. Para alguns talvez a primeira oportunidade que
tiveram de entrar em espaços da cidade que, na verdade, continuam a
ser guetos. E entrar, não apenas para ver arte – o que é, sem
dúvida, muito importante – mas também para perceber, sentindo,
que os guetos mais não são que segmentações – que importa
erradicar – do mesmo tecido social, de que todos somos parte.
Não
houve, naturalmente, lugar para a perceção dos muitos problemas que
permeiam a realidade da Quinta do Mocho e da Quinta da Fonte. Tão
pouco houve oportunidade para conhecer a riqueza das dimensões
culturais e sociais das comunidades que visitámos. Mas terão ficado
registadas em cada um de nós as imagens dos graffiti
que cobrem 50 fachadas, só na Quinta do Mocho, explicados, um a um,
pelos nossos guias, que foram realçando significados, conteúdos,
técnicas. E, sobretudo, o empenhamento, a dimensão humana, dos que
– seja no projeto Esperança, seja no teatro Ibisco (num diálogo
em que estiveram também jovens atores), seja nas múltiplas outras
iniciativas e projetos que não tivemos ensejo de conhecer –
participam desse trabalho quotidiano de criação
de um paradigma positivo, uma verdadeira alternativa de vida.
Metodologia afirmada pelo
teatro Ibisco, mas que impregnará, sem dúvida, todo o trabalho
sociocultural aqui desenvolvido.
Uma
visita que todos ganharíamos em repetir. Com mais gente. E
ampliando, também, os contatos e o conhecimento da realidade destes
bairros.
Lígia Calapez
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